Eos - A dedos de rosa

Estou debilitado: frágil como um frasco a beira do precipício a um toque de ser quebrado.
É assim que me sinto: como uma vela acesa a um assopro de ser apagada.
É o que sinto...
Porque a vida é assim delicada e sutil.
E é preciso valorizá-la; como um bebe recém nascido que a tudo que vê se encanta, que a tudo que ver se embeleza.

Não deixarei que meus olhos se acostumem.
Nem que meu corpo crie hábitos.
A cada minuto viverei segundos.
A cada segundo movimentarei atos.

Hoje é meu aniversario (25/03), e sabe não há nada de extraordinário nisso.
É que sempre esperamos algo especial nessa data, mas tudo transita normal.
Na verdade estou torcendo para que passe logo e essa angustia em meu peito cesse com dia de amanhã.
Mas estaria sendo ingrato com as pessoas que de algum modo pensam diferente.
- Saíram do conforto de suas casas (é porque nesse dia sempre chovo, ate parece que a terra fica entristecida) apenas para me darem um abraço e desejar dias melhores.
Não sei o mistério que há na data do nosso nascimento...
Talvez eu tenha medo de envelhecer e perceber que os anos passaram e eu fiquei na “mesma”.
E talvez isso seja a causa dessa angustia que sinto.
Porque nesse data sempre faço uma auto-análise (isso é algo especial).
E toda vez que olho para traz; percebo quanto tempo de minha vida eu desperdicei acreditando que o tempo estava sempre a meu favor. Ingenuidade? Sim. Mas sempre somos quando olhamos do futuro.
O tempo é impassível. Não escolhe favoritos porque não tem afinidades... Segue seu curso e você que se adapte a seu ritmo.
E hoje eu percebo que a cada minuto mudamos... Porque a cada segundo vivenciamos uma novidade.
- É só saber ler a vida – sempre me diz minha mãe. E a cada dia vou percebendo uma verdade nisso.
Enfim, hoje quero deixar o meu agradecimento a cada um que fez dessa data; algo especial para mim.
Obrigado!

Sobre o pico. Exuberante paisagem se apresenta ao meu redor. Sinto uma presença tão forte que vislumbro uma quase figura na direção do Sol. Não consigo precisá-lo, a luz solar me cega toda vez que arrisco olhá-lo. Respiro fundo e percebo que não sinto medo, pelo contrario, sou tomado por uma felicidade tamanha que parece não caber no meu corpo, então me vejo flutuar e uma grande luz sai de mim e não tenho mais corpo, não consigo senti-lo.
- ah! – quanta extravagância, montanhas verdoengas e floridas a envolver-me num sublinhar de emoções indescritíveis.
Sinto-me pleno, completo. E sinto um desejo de gratidão. Tudo isso vem dele, aquela figura misteriosa e meu reconhecimento vêm em lagrimas, choro que nem uma criança. A figura se aproxima e a cada vez o ar vai ficando ameno e percebo o porquê de não conseguir distingui-lo, não tem fisionomia, pelo menos não se parece com nada que houvesse visto. É um imenso ser envolvido em luz de multicores. Fico bestificado com tamanha beleza. Quando perto o suficiente pra não me sufocar a Luz diz (não em som de palavras, mas na minha mente):
- Grande confusão se passa em sua cabeça assim como irrequieto esta a batida do seu coração meu amigo. Porem não vejo causa se não em ti mesmo, sabe que um homem não encontra paz a não ser na linha do seu dever, você precisa aceitar o que a ti foi guardado e garanto que quando nela caminhar a paz estará sempre contigo.
Abri os olhos e a sensação de paz ainda pairava pelo ar, sentia-o ali. Mas veio o dia e com ele os seus problemas e por alguns momentos lembro-me desse sonho, sempre que vejo o sol sobre a montanha sinto sua voz em minha mente e sempre digo comigo
- Um dia meu amigo, entender-te-ei... Um dia eu acordarei e essa sensação de vazio terá ido embora. E quando isso acontecer terei eu feito as escolhas certas.